2025CiênciaCuriosidadesEstudosUSP

Estudo revela: Casos de Picadas de Escorpião Crescem 250% nos últimos anos e acende alerta

Alerta: Brasil enfrenta “epidemia silenciosa” de picadas de escorpião com 250% de aumento em 10 anos

Em uma tendência alarmante que especialistas classificam como “epidemia silenciosa”, o Brasil registrou um aumento de mais de 250% nos casos de picadas de escorpião na última década. Entre 2014 e 2023, foram notificados 1.171.846 casos, com projeção de ultrapassar 2 milhões até 2033, segundo estudo publicado na revista científica Frontiers in Public Health.

A face oculta de uma crise de saúde pública

Publicidade...

“Nos últimos anos, o crescimento foi exponencial. É uma crise silenciosa porque não está recebendo a atenção devida”, alerta Manuela Pucca, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp e uma das autoras do estudo. A pesquisa, conduzida em parceria com Eliane Arantes da USP, revela um aumento médio anual de 10.363 casos.

Apesar da letalidade relativamente baixa (0,06%), os pesquisadores destacam que esses números podem subestimar a gravidade do problema. Crianças, idosos e pessoas com comorbidades cardíacas formam o grupo de maior risco, como evidenciado pelo trágico caso recente em Jaguariúna (SP), onde uma criança de 3 anos faleceu após ser picada por um escorpião escondido em sua galocha.

Urbanização desordenada e mudanças climáticas agravam o cenário

Entre as espécies mais perigosas está o gênero Tityus, com destaque para o T. serrulatus, conhecido pela reprodução partenogenética (sem necessidade de acasalamento) e rápida adaptação ao ambiente urbano. Estes aracnídeos conseguem:

  • Sobreviver até 400 dias sem alimento
  • Habitar perfeitamente redes de esgoto urbanas
  • Acessar apartamentos em andares elevados através de tubulações
  • Proliferar mais rapidamente em condições de calor intenso e chuvas irregulares
Publicidade!

“Todos estão sujeitos ao encontro com um escorpião, pois eles vivem na rede de esgoto das cidades e isso não depende da higiene residencial das pessoas”, explica a pesquisadora.

Mapa do risco: diferenças regionais no Brasil

O impacto do escorpionismo varia significativamente entre as regiões brasileiras:

  • Sudeste: 580.013 casos (49,5% do total) com projeção de 2.148.576 até 2033
  • Nordeste: 439.033 casos (37,5%) com estimativa de 1.383.800 casos na próxima década
  • Centro-Oeste, Sul e Norte: apresentam números menores, mas também em crescimento

Desafios no tratamento e resposta inadequada

Um dos principais problemas no combate ao escorpionismo é a velocidade necessária para o atendimento. “As neurotoxinas dessas peçonhas são muito pequenas e se distribuem rapidamente no organismo. Uma vez nos alvos, o soro antiescorpiônico torna-se menos efetivo”, explica Pucca.

Outros desafios incluem:

  • Centralização do soro em apenas uma unidade por cidade
  • Indisponibilidade em redes privadas de saúde
  • Produção baseada principalmente na peçonha do T. serrulatus, potencialmente menos eficaz contra outras espécies
  • Subfinanciamento para pesquisas em antivenenos de nova geração

Como se proteger de escorpião: medidas preventivas essenciais

Publicidade!

Para reduzir o risco de encontros com escorpiões, os especialistas recomendam:

  • Evitar deixar objetos como bolsas e calçados no chão
  • Instalar telas nas janelas
  • Manter cortinas e lençóis longe do chão
  • Afastar móveis das paredes
  • Colocar materiais lisos ao redor de muros próximos a matas
  • Vedar entradas e saídas de esgoto

Em caso de picada, procure imediatamente atendimento médico ou contate o SAMU pelo telefone 192 para orientação sobre o local mais próximo com disponibilidade de soro antiescorpiônico.

Consulte mais informações no Site Jornal USP.

Publicidade!

Redação

A Redação do Site PEBSP.com é uma equipe multidisciplinar composta por profissionais que amam escrever sobre cursos, concursos e oportunidades na Educação!

Artigos relacionados

Inscrever-se
Notificar de
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Botão Voltar ao topo