Estudo do Ipea revela que 73,5% dos docentes da educação básica sentirão alívio no bolso com as novas regras, que passam a valer em 2026; economia anual pode equivaler a um “14º salário” para a categoria.
A partir de janeiro de 2026, a realidade financeira de centenas de milhares de professores brasileiros vai mudar significativamente. Um estudo divulgado nesta quarta-feira (17) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projeta que 73,5% dos docentes da educação básica serão beneficiados diretamente pelas novas regras do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), sancionadas recentemente pelo governo federal através da Lei nº 15.270/2025.
Nova isenção do IR beneficia 1,5 milhão de professores. Quem ganha até R$ 5 mil não pagará imposto. Veja o impacto no seu contracheque.
A medida, que amplia a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil mensais, representa uma das maiores correções tributárias das últimas décadas para a classe. Antes da mudança, apenas cerca de 19,7% dos professores estavam livres do leão. Com a nova legislação, esse número saltará para 51,6% — ou seja, mais da metade da categoria não pagará mais nem um centavo de Imposto de Renda.
O Impacto no Bolso: Um “14º Salário“
Para os educadores que ganham próximo ao piso nacional do magistério (atualmente na casa dos R$ 4.867), a economia gerada pela isenção terá um peso enorme no orçamento anual. O estudo do Ipea compara esse alívio fiscal ao recebimento de um 14º salário.
Além da isenção total para quem ganha até R$ 5 mil, haverá uma faixa de tributação reduzida para quem recebe até R$ 7.350. No total, estima-se que 1,5 milhão de profissionais, somando redes pública e privada, terão mais dinheiro disponível no final do mês.
📲 Inscreva-se agora em nossos canais oficiais do Whatsapp (Clique aqui) e Telegram (Clique aqui) para receber notícias exclusivas da educação em primeira mão.
Efeito Multiplicador nas Cidades
Segundo Adriano Souza Senkevics, pesquisador do Ipea, o impacto não será sentido apenas na conta bancária dos professores, mas também na economia dos municípios. Como a categoria é uma das maiores do país e está presente em todas as cidades, o dinheiro extra tende a virar consumo imediato no comércio local.
“Existe o chamado efeito multiplicador. Quanto mais renda disponível você tem para trabalhadores, mais isso se transforma em consumo e mais arrecadação”, explica o especialista.
O estudo aponta disparidades regionais interessantes. Em estados como Minas Gerais, Tocantins e Roraima, o percentual de professores isentos vai triplicar, saindo de 20% para 60%. Até no Distrito Federal, que possui uma das melhores médias salariais do país, a isenção vai dobrar, alcançando 25% dos docentes.
Rede Privada x Pública – Isenção de Professores do IRPF:
A pesquisa também revelou que a rede privada concentra, proporcionalmente, mais beneficiários da isenção total (82,2%), devido à prevalência de jornadas parciais e salários médios menores em comparação a alguns estatutários da rede pública.
Essa reforma tributária chega como um respiro necessário para a valorização do magistério, garantindo que o reajuste do piso salarial não seja “devorado” por uma tabela de imposto de renda defasada.



