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Você Fala Português… Mas Sabe de Onde Ele Veio? A Verdade Vai Te Surpreender!

Uma viagem fascinante às raízes do nosso idioma, desde os acampamentos romanos na Península Ibérica até a oficialização de uma das línguas mais faladas do mundo. Descubra como o português nasceu e quais foram seus primeiros passos.

A Língua Portuguesa Tem uma Certidão de Nascimento! Descubra o Documento que Provou Tudo!

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Toda língua é um organismo vivo, em constante transformação. O português que falamos hoje, com suas múltiplas cores e sotaques, é o resultado de uma longa jornada histórica, uma saga que começa muito antes de Portugal existir como nação. Para encontrar a certidão de nascimento do nosso idioma, precisamos viajar no tempo, mais precisamente para os dias em que o Império Romano expandia suas fronteiras pela Península Ibérica.

O Berço da Língua Portuguesa: O Latim Vulgar dos Soldados

A origem de tudo está no latim. Não o latim clássico, dos grandes poetas e filósofos como Cícero e Virgílio, mas o latim vulgar (ou sermo vulgaris). Esta era a língua do povo, dos comerciantes e, principalmente, dos soldados romanos que, a partir do século III a.C., chegaram à Península Ibérica. Em contato com os idiomas que já eram falados na região pelos povos nativos, como os celtas e os iberos, esse latim popular começou a se transformar, absorvendo novas palavras e estruturas.

Com a queda do Império Romano no século V d.C. e as invasões de povos germânicos (visigodos e suevos), a Península Ibérica ficou isolada do principal centro irradiador do latim. Essa fragmentação acelerou o processo de diferenciação do latim falado em cada região, dando origem aos diversos “romances” – as línguas românicas ou neolatinas, como o espanhol, o catalão, o francês, o italiano e, claro, o nosso português.

O Irmão Mais Velho: O Galego-Português

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No noroeste da Península, na província romana da Galécia (que hoje corresponde à Galiza, na Espanha, e ao norte de Portugal), o romance que ali se desenvolveu adquiriu características próprias, formando o que os linguistas chamam de galego-português. Durante a Idade Média, entre os séculos XII e XIV, esta foi uma língua de grande prestígio cultural, utilizada na produção de uma rica literatura, especialmente as famosas cantigas trovadorescas líricas e satíricas.

Com a formação do Condado Portucalense e, posteriormente, a independência do Reino de Portugal em 1139, a variante falada ao sul do rio Minho começou a trilhar seu próprio caminho. A expansão portuguesa para o sul, durante a Reconquista Cristã, fez com que essa variante se tornasse a língua de todo o novo reino. As diferenças em relação ao galego foram se aprofundando, e a fronteira política entre Portugal e a Galiza tornou-se também uma fronteira linguística.

A “Certidão de Nascimento”: Os Primeiros Documentos

Embora a língua falada já existisse há séculos, o reconhecimento oficial e a “certidão de nascimento” de um idioma costumam ser associados aos seus primeiros registros escritos. Por muito tempo, o Testamento de D. Afonso II, datado de 27 de junho de 1214, foi considerado o primeiro documento oficial redigido em português. Neste texto, o terceiro rei de Portugal expressa suas últimas vontades na língua que já era falada pela sua corte e seu povo.

No entanto, a investigação histórica e filológica aponta para um documento poético como o mais antigo texto em galego-português com características que já apontam para o português: a “Cantiga da Ribeirinha” (também conhecida como “Cantiga de Guarvaia”), de autoria de Paio Soares de Taveirós. Acredita-se que tenha sido escrita por volta de 1189 ou 1198.

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Estes documentos são marcos fundamentais. Eles atestam que o idioma, nascido do latim vulgar dos soldados romanos e embalado como galego-português, havia atingido maturidade suficiente para se tornar a língua da administração e da arte em um novo reino. A partir daí, o português arcaico continuaria sua evolução, sendo moldado pelos escritores do Renascimento, como Luís de Camões, e viajando pelo mundo durante as Grandes Navegações, até se tornar o idioma pujante e global que conhecemos hoje, falado por milhões de pessoas em todos os continentes.

Portanto, a próxima vez que você falar, ler ou escrever em português, lembre-se desta incrível jornada. Cada palavra carrega ecos das sandálias dos legionários romanos, dos versos dos trovadores medievais e da coragem dos navegadores que levaram nossa língua para além-mar.

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