O mais recente lançamento do Globoplay, o filme “Vitória”, estrelado pela icônica Fernanda Montenegro, transcende o drama e o suspense para se firmar como uma obra de profundo valor educacional. Baseado na história real de Dona Vitória, uma mulher idosa que, da janela de seu apartamento, decide filmar a ação de traficantes em sua comunidade, o longa oferece uma narrativa poderosa sobre cidadania, coragem e o impacto transformador de uma única pessoa.
Para além do entretenimento de alta qualidade, “Vitória” se revela uma ferramenta potente para a reflexão em diversos campos do saber, especialmente para aqueles que se dedicam à Educação. O filme, dirigido por Andrucha Waddington, não apenas prende a atenção pela sua trama envolvente, mas também semeia discussões essenciais sobre o papel do indivíduo na sociedade e a importância da observação crítica da realidade.
Se você é educador, estudante ou simplesmente um entusiasta de narrativas que inspiram, elencamos os principais motivos pelos quais “Vitória” é uma escolha imperdível no catálogo do Globoplay.
1. Educação para a Cidadania Ativa
O cerne de “Vitória” reside na jornada de sua protagonista que, diante da inércia e do medo coletivo, assume para si a responsabilidade de agir. A atitude de Dona Vitória é uma aula magna sobre cidadania ativa. O filme demonstra, de forma prática e comovente, que a transformação social não depende apenas de grandes movimentos, mas também de ações individuais corajosas. Para educadores, a obra serve como um excelente ponto de partida para debater com os alunos sobre direitos, deveres e a importância do engajamento cívico no combate às injustiças.
2. A Mídia como Ferramenta de Transformação
Em uma era dominada pela informação e pelas mídias digitais, “Vitória” resgata o poder da imagem como instrumento de denúncia e mudança. A protagonista utiliza uma filmadora doméstica, uma tecnologia hoje considerada obsoleta, para registrar a criminalidade. Esta abordagem ressalta uma lição fundamental sobre literacia midiática: não é a sofisticação da ferramenta que importa, mas o propósito e a criticidade de quem a utiliza. O filme inspira discussões sobre o uso ético e responsável das tecnologias para documentar a realidade e promover a justiça social.
3. A Coragem de Desafiar o “Status Quo”
A personagem de Fernanda Montenegro personifica a coragem em sua forma mais pura. Ela desafia a lógica do silêncio imposta pela violência e pelo descaso. “Vitória” ensina que a verdadeira bravura não está na ausência do medo, mas na capacidade de agir apesar dele. Esta é uma mensagem de profundo valor para estudantes e educadores, incentivando a superação de obstáculos e a defesa de princípios, mesmo em cenários adversos.
4. A Perspectiva da Terceira Idade e a Invisibilidade Social
O filme joga luz sobre a invisibilidade social a que muitas vezes a população idosa é submetida. Dona Vitória, inicialmente vista como uma senhora frágil e limitada ao seu lar, revela-se uma força potente e transformadora. A obra é um convite à reflexão sobre o etarismo e a importância de valorizar a experiência e a sabedoria dos mais velhos, que possuem um papel vital e ativo na comunidade. Para a educação, isso se traduz no estímulo ao diálogo intergeracional e ao respeito pela diversidade em todas as suas formas.
5. O Poder da Observação e da Análise Crítica
Toda a ação de Dona Vitória parte de um exercício fundamental para qualquer processo de aprendizagem: a observação atenta e a análise crítica do seu entorno. Ela não é uma espectadora passiva da violência; ela estuda os movimentos, compreende os padrões e, a partir dessa análise, elabora um plano de ação. O filme valoriza a capacidade de observar, registrar e interpretar a realidade, habilidades essenciais que a educação busca desenvolver em todos os indivíduos para a resolução de problemas complexos.
“Vitória” é, portanto, muito mais do que a crônica de um ato heróico. É uma fonte rica de aprendizados que dialogam diretamente com os pilares de uma educação transformadora. Ao assistir ao filme no Globoplay, o público não apenas se emocionará com a performance magistral de Fernanda Montenegro, mas também será inspirado a enxergar o potencial de mudança que reside em cada um de nós. Uma verdadeira vitória para o cinema nacional e para todos que acreditam no poder da educação.
