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Você Conheçe o alfabeto desde criança, mas sabe por que ele é assim? Entenda por que usamos essa ordem há 3 mil anos

Desde a infância, aprendemos a recitar o A-B-C em uma sequência imutável. Mas por que essa ordem específica? A disposição das letras que formam a base da nossa comunicação escrita não é um acaso, mas sim o resultado de uma longa jornada histórica, com raízes que mergulham no antigo Oriente Médio e teorias que buscam desvendar sua lógica interna, seja ela mnemônica, sonora ou simplesmente o peso da tradição.

A Origem do Alfabeto: Você sabe por que o B vem depois do A? A resposta está na antiguidade semita.

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A viagem do nosso alfabeto começa com os fenícios, um povo de comerciantes e navegadores semitas que, por volta de 1200 a.C., desenvolveram um sistema de escrita revolucionário. Ao contrário dos complexos sistemas de hieróglifos egípcios ou da escrita cuneiforme da Mesopotâmia, o alfabeto fenício era composto por cerca de 22 símbolos simples, cada um representando um som consonantal. Essa simplicidade o tornou incrivelmente eficiente para o comércio e a administração, facilitando sua disseminação por todo o Mediterrâneo.

A Herança Fenícia e a Adaptação Grega:

Os gregos, em contato com os fenícios, adotaram e adaptaram esse sistema por volta do século VIII a.C. A principal inovação grega foi a introdução das vogais, sons essenciais para a sua língua que eram ausentes no sistema consonantal fenício. Letras fenícias que representavam consoantes sem equivalentes em grego foram reaproveitadas para representar os sons de A (alfa), E (épsilon), I (iota), O (ômicron) e Y (upsilon).

Crucialmente, ao adotarem os símbolos, os gregos mantiveram em grande parte a ordem original estabelecida pelos fenícios. Essa sequência foi, então, transmitida aos etruscos na península Itálica e, subsequentemente, aos romanos, que a solidificaram na forma do alfabeto latino, o precursor direto do que usamos hoje. Portanto, a resposta para a pergunta “por que o B vem depois do A?” reside em uma tradição de escrita com mais de três mil anos.

Teorias Sobre a Ordem Original: Desvendando a Lógica Semítica

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Se a ordem do nosso alfabeto é uma herança, a questão fundamental se desloca para: por que os fenícios organizaram suas letras daquela maneira? Embora não exista um manual de instruções deixado por eles, linguistas e historiadores propõem algumas teorias fascinantes.

1. O Princípio Acrofônico e a Memória Visual: A teoria mais amplamente aceita é que a ordem se baseia em um princípio acrofônico, onde cada letra recebe o nome de um objeto cujo som inicial corresponde ao da letra. Por exemplo, a primeira letra, ‘aleph’, significava “boi” e tinha a forma estilizada de uma cabeça de boi. A segunda, ‘bet’, significava “casa” e seu pictograma lembrava a planta de uma casa.

Essa sequência de nomes de objetos familiares (boi, casa, camelo – gimel, porta – dalet, etc.) teria funcionado como um eficaz recurso mnemônico, uma espécie de “canção do alfabeto” ancestral para facilitar o aprendizado e a memorização da sequência correta. A ordem, nesse caso, seguiria uma narrativa ou um agrupamento lógico de conceitos do cotidiano da época.

2. Agrupamentos Fonéticos: Outra hipótese sugere que a ordem pode ter sido influenciada por agrupamentos fonéticos. Letras com sons ou pontos de articulação semelhantes na boca poderiam ter sido posicionadas próximas umas das outras. Por exemplo, as letras guturais ou aquelas produzidas na parte de trás da garganta podem ter sido agrupadas. No entanto, as evidências para um padrão fonético consistente ao longo de todo o alfabeto fenício são fracas e abertas a interpretações.

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3. Influências Astronômicas ou Calendáricas: Teorias mais especulativas, e com menos apoio acadêmico, sugerem que a ordem alfabética poderia estar ligada a constelações, ao calendário lunar ou a outros sistemas de conhecimento da época. A sequência das letras poderia corresponder a uma sequência de corpos celestes ou períodos de tempo. No entanto, faltam provas concretas para substanciar essas hipóteses.

Uma Tradição Fortificada pelo Tempo

A verdade é que a razão exata para a ordem original do alfabeto fenício pode ter se perdido na poeira da história. O que é inegável é a força da tradição. Uma vez estabelecida, a sequência provou ser tão prática para o aprendizado e a catalogação que não havia razão para alterá-la. De tábuas de argila a rolos de papiro, e de manuscritos medievais à era digital, a ordem A-B-C-D permaneceu como uma constante notável.

Assim, quando recitamos o alfabeto, não estamos apenas listando letras. Estamos ecoando uma ordem estabelecida por antigos escribas semitas, uma estrutura que sobreviveu à queda de impérios e à evolução das línguas, provando que uma boa ideia, uma vez enraizada, pode de fato resistir ao teste do tempo. A ordem específica do nosso alfabeto é, em essência, um fóssil linguístico, um testemunho da nossa profunda conexão com os primórdios da civilização e da escrita.

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