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SEDUC SP Publica Edital para Contratação nas Escolas Cívico-Militares, com salários maiores que professores

O Governo de São Paulo avança com a implementação de 100 escolas cívico-militares na rede estadual, publicando o edital para a contratação de monitores. A medida, no entanto, acende um debate crítico sobre a valorização dos profissionais da educação. Os selecionados, policiais militares da reserva, terão uma remuneração que pode ultrapassar os R$ 6.000 mensais para uma jornada de 40 horas, valor superior ao salário inicial de um professor da mesma rede e quase quatro vezes maior que o de servidores administrativos que atuam nas mesmas escolas.

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A Secretaria da Educação de São Paulo (Seduc-SP) publicou em edital que as vagas de monitores e monitores-chefes serão preenchidas por meio de um processo seletivo que inclui análise de títulos e entrevista. O contrato é temporário e as inscrições estão abertas até 30 de junho no portal Banco de Talentos.

Monitores em escolas cívico-militares de SP ganharão mais de R$6 mil. Salário é maior que o de professores. Entenda a polêmica e veja os valores.

O ponto central da controvérsia reside na remuneração. O edital estabelece uma diária de . Considerando uma média de 20 a 22 dias úteis por mês para uma carga horária de 40 horas semanais, o salário mensal de um monitor pode variar entre e . Para a função de monitor-chefe, o valor pode ser acrescido em 10%.

Este valor contrasta fortemente com a realidade dos profissionais que formam a base do sistema educacional paulista. Um professor em início de carreira na rede estadual, sob o novo plano de carreira, recebe um salário de para as mesmas 40 horas semanais.

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A discrepância é ainda mais gritante quando comparada ao Quadro de Apoio Escolar. Um Agente de Organização Escolar, profissional essencial para o funcionamento administrativo e o atendimento aos alunos, tem um vencimento de cerca de mensais pela mesma jornada de 40 horas. Ou seja, um monitor policial ganhará quase quatro vezes mais que um servidor administrativo que atua diariamente na mesma unidade de ensino.

Tabela Comparativa de Salários (Jornada de 40 horas/semana):

Cargo Salário Mensal (Aproximado)
Monitor Cívico-Militar
Professor (Inicial – Nova Carreira)
Agente de Organização Escolar

Crítica à Valorização dos Professores:

A política de remuneração adotada para o programa cívico-militar envia uma mensagem clara sobre as prioridades do governo. Ao oferecer uma compensação financeira substancialmente maior a policiais da reserva do que a educadores formados e concursados, questiona-se o valor atribuído à pedagogia frente à disciplina de viés militar.

Críticos argumentam que o investimento maciço na contratação de monitores com altos salários poderia ser direcionado para a valorização dos professores e demais servidores da educação, melhorando as condições de trabalho e, consequentemente, a qualidade do ensino para todos os alunos da rede. A seleção de monitores, embora considere como títulos a formação em pedagogia ou psicologia, não exige licenciatura como requisito fundamental, diferentemente dos professores que dedicam anos à sua formação específica.

Detalhes do Processo Seletivo das Escolas Cívico-Militares de SP:

O edital prevê que cada uma das 100 escolas selecionadas receba entre dois e três monitores. O processo seletivo consiste em três etapas principais:

  1. Análise de Títulos: Serão considerados cursos de nível superior e especializações em áreas da educação e mediação de conflitos.
  2. Avaliação de Vida Pregressa: Conduzida pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).
  3. Entrevista: Realizada por uma banca de servidores da diretoria de ensino e da escola de interesse.
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Os aprovados, com resultado previsto para 5 de agosto, deverão passar por uma capacitação de 40 horas sobre temas como regimento interno, psicologia escolar e cultura de paz. A permanência no programa estará sujeita a avaliações de desempenho periódicas.

A implementação do programa e a notável diferença salarial levantam um questionamento fundamental: qual o projeto de educação que está sendo construído em São Paulo e qual o lugar dos profissionais de educação dentro dele?

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Redação

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