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Professores temporários Estaduais representam metade dos profissionais em exercício

A educação pública estadual no Brasil enfrenta um desafio crescente: a força de trabalho docente é composta, em sua maioria, por professores temporários. Dados recentes revelam que quase 52% das vagas nas redes estaduais são ocupadas por esses profissionais, superando o número de concursados e indicando uma tendência preocupante. De 2017 a 2023, o aumento de temporários na administração pública foi de 42%, transformando o que deveria ser uma exceção em regra e gerando impactos negativos diretos no ensino.

A crise silenciosa das escolas estaduais: a alta rotatividade de professores temporários e os impactos invisíveis no desenvolvimento dos alunos.

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Para muitos alunos e até mesmo para a comunidade escolar, a alta rotatividade de professores temporários é um fator crítico. A dificuldade em criar vínculos duradouros com os docentes e a constante troca de rostos em sala de aula afetam a continuidade do processo de ensino-aprendizagem. Como apontam os alunos, a preferência é por quem “tem mais tempo”, pois eles “sabem mais como lidar com os alunos” e criam um “carinho maior”.

Essa instabilidade contrasta com a diretriz do Supremo Tribunal Federal (STF), que estabelece a contratação de temporários como algo ocasional e provisório, não podendo ser uma estratégia para suprir necessidades permanentes.

A Situação em São Paulo e o Debate sobre a Prioridade dos Concursados

No estado de São Paulo, a Secretaria Estadual de Educação informou que 96 mil professores temporários atuam na rede, o que corresponde a 47% do corpo docente. Embora a pasta afirme que esses profissionais passam por rigorosas provas objetivas e práticas, possuindo as competências e habilidades necessárias para lecionar, o debate sobre a prioridade de concursados é fundamental.

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Especialistas em educação enfatizam a importância de uma rede prioritariamente composta por professores concursados. O motivo é claro: a estabilidade do vínculo proporciona continuidade no trabalho, permitindo que o investimento feito na formação continuada e em serviço seja colhido no futuro. A rotatividade de temporários, por outro lado, pode descontinuar projetos pedagógicos, dificultar o planejamento de longo prazo e, em última instância, comprometer a qualidade da educação oferecida.

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A elevada proporção de professores temporários nas redes estaduais acende um alerta sobre o futuro da educação pública no Brasil. A necessidade de suprir demandas emergenciais não pode se sobrepor à construção de uma carreira docente sólida e valorizada, que garanta a permanência e o desenvolvimento dos profissionais nas escolas. É urgente que políticas públicas sejam repensadas para garantir que a exceção não se torne a regra, e que a educação possa contar com o vínculo e a continuidade que são essenciais para o sucesso dos alunos e para o futuro do país.

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Marina Damasceno

Marina Damasceno, pedagoga e licenciada em letras, escreve para o Portal de Educação PEBSP desde Janeiro de 2024. Com um jeito diferente de escrever, se interessa por temáticas relacionadas a cursos de extensão, idiomas e graduação.

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