A sétima arte tem o poder de transcender o entretenimento, transformando-se em uma ferramenta valiosa para a reflexão social e educacional. O filme brasileiro “Vitória”, protagonizado pela incomparável Fernanda Montenegro, atualmente em cartaz nos cinemas, é um exemplo perfeito desta intersecção entre arte e realidade que merece a atenção especial da classe docente.
7 Motivos Fundamentais para Professores Assistirem ao Filme ‘Vitória’ em 2025
“Vitória” baseia-se na extraordinária história real de Joana Zeferino da Paz, uma senhora de 80 anos que, sozinha e determinada, conseguiu desmantelar um perigoso esquema de tráfico de drogas em Copacabana, no Rio de Janeiro ². No filme, Fernanda Montenegro interpreta Nina (nome fictício da protagonista), uma idosa que vive na Ladeira da Misericórdia, com vista para uma das favelas da zona sul carioca.
A narrativa acompanha uma mulher que, diante da crescente violência em sua vizinhança e dos conflitos com os vizinhos, decide não se render ao medo ou à indiferença ¹. Em vez disso, ela enfrenta com coragem uma situação que muitos considerariam impossível de combater, especialmente para alguém de sua idade.
7 Motivos Essenciais Para Professores Assistirem o Filme Vitória
Confira 7 motivos acerca do filme que farão você correr para o cinema:
1. Instrumento de Humanização do Ensino
Em tempos de educação cada vez mais tecnológica, “Vitória” oferece um contraponto emocional e humanista. A narrativa sensível permite que professores resgatem a importância das histórias de vida como ferramentas pedagógicas. Quando levamos este filme para discussão em sala, estamos demonstrando que a educação não se limita a conteúdos programáticos, mas abrange a compreensão da condição humana em suas múltiplas facetas. A personagem de Fernanda Montenegro torna-se um estudo de caso sobre resiliência e dignidade, valores que transcendem qualquer disciplina específica.
2. Porta de Entrada para Debates Sociológicos
O filme Vitória proporciona um recurso didático excepcional para professores de Sociologia, História e áreas afins. Ao retratar as complexas dinâmicas sociais de uma comunidade brasileira atravessada por desigualdades, “Vitória” materializa conceitos como estratificação social, territorialidade urbana e relações de poder. A obra permite que educadores superem a abstração teórica, oferecendo exemplos concretos e emocionalmente impactantes que facilitam a compreensão de fenômenos sociais complexos por parte dos estudantes.
3. Modelo de Protagonismo Feminino e Etário
Para docentes comprometidos com a educação inclusiva e antidiscriminatória, a protagonista representa um poderoso instrumento pedagógico. Nina/Joana desafia dois tipos de preconceito simultaneamente: o etarismo e o sexismo. Ao trabalhar com o filme, professores podem provocar reflexões sobre como construímos nossas percepções sobre capacidade, competência e protagonismo baseados em marcadores sociais como idade e gênero. Esta abordagem é particularmente valiosa em projetos educacionais voltados para a diversidade e direitos humanos.
4. Recurso para Educação Midiática Crítica
Em uma era de proliferação de fake news e conteúdos superficiais, “Vitória” exemplifica o poder do audiovisual como ferramenta de reflexão social. O filme permite que educadores trabalhem conceitos de alfabetização midiática, comparando a profundidade narrativa de obras como esta com outras formas de representação da realidade brasileira. Este exercício crítico-comparativo ajuda estudantes a desenvolverem critérios de qualidade para consumo de conteúdo audiovisual, competência essencial no século XXI.
5. Ponte Entre Gerações na Sala de Aula
A obra proporciona uma oportunidade única para professores aproximarem diferentes gerações através do debate cultural. A atuação de uma atriz consagrada como Fernanda Montenegro pode despertar o interesse tanto de jovens estudantes quanto de seus familiares mais velhos, criando uma experiência educativa que transborda os muros da escola. Docentes podem usar o filme como catalisador para projetos intergeracionais, fortalecendo o vínculo escola-família através da cultura.
6. Laboratório de Empatia e Inteligência Emocional
A jornada emocional da protagonista oferece um terreno fértil para professores trabalharem competências socioemocionais com seus estudantes. Ao acompanhar os dilemas, medos e esperanças de Nina/Joana, os alunos são convidados a exercitar a empatia e a compreensão de perspectivas diferentes das suas. Esta dimensão do trabalho pedagógico, muitas vezes negligenciada no currículo formal, encontra em “Vitória” um recurso precioso para educadores comprometidos com a formação integral.
7. Exemplo de Persistência e Resiliência Profissional
Talvez o motivo mais pessoal para educadores assistirem ao filme: a identificação com a trajetória de resistência da protagonista. Professores frequentemente enfrentam obstáculos institucionais, desvalorização profissional e escassez de recursos, mantendo-se resilientes por acreditarem na importância de seu trabalho. A história de Nina/Joana espelha, de certa forma, a própria jornada docente – uma batalha diária, muitas vezes solitária, sustentada pela convicção de que pequenas ações persistentes podem, eventualmente, gerar transformações significativas. Ver esta história na tela pode renovar o ânimo e reacender a chama vocacional de muitos educadores.
Possibilidades Pedagógicas
O filme oferece inúmeras possibilidades para trabalhos interdisciplinares:
- Em História e Sociologia: análise do contexto social brasileiro e das dinâmicas de poder nas comunidades retratadas
- Em Literatura e Português: estudo de narrativas de resistência e da construção de personagens complexos
- Em Filosofia e Ética: debates sobre justiça, coragem cívica e responsabilidade individual versus coletiva
- Em Geografia Urbana: discussões sobre segregação espacial e desigualdades nas metrópoles brasileiras
Uma Experiência Transformadora: O Filme Vitória, que todo Professor deveria assistir!
“Vitória” não é apenas um filme sobre uma história extraordinária – é um convite à reflexão sobre nosso papel como cidadãos e educadores em um país marcado por profundas contradições sociais ³. A atuação magistral de Fernanda Montenegro dá vida a uma personagem que nos lembra que transformações significativas podem começar com ações individuais aparentemente pequenas.
Para nós, professores, que muitas vezes nos sentimos sozinhos na missão de educar para um mundo melhor, a jornada de Nina/Joana ressoa de forma especial. Ela nos mostra que, mesmo diante da adversidade e quando tudo parece conspirar contra, a persistência e a coragem podem levar à vitória – não apenas pessoal, mas coletiva.
Por isso, mais que uma recomendação cinematográfica, assistir a “Vitória” é quase um compromisso profissional para quem acredita no poder transformador da educação e busca inspiração para seguir acreditando que mudanças são possíveis, mesmo nos cenários mais improváveis.
Este filme está sendo considerado a maior estreia nacional de 2025, reforçando que histórias autênticas de resistência e coragem seguem tocando o público brasileiro, independentemente da idade ou contexto social.